terça-feira, 28 de maio de 2013

assunto da avaliacao 2a unidade

pagamento
formas especiais
outras formas de extincao
enriquecimento sem causa
transmissao das obrigacoes
inadimplemento das obrigacoes

questões - 2a unidade



QUESTÕES

01-Eurisvaldo contrata com a TIM um plano empresarial com direito a 3 aparelhos gratuitos e cláusula de fidelização por 12 meses. Ficou igualmente estabelecido que, caso Eurisvaldo desistisse do plano, pagaria uma multa equivalente ao valor dos aparelhos, 2400 reais. No quarto mês Eurisvaldo desiste do plano, comunicando por escrito à operadora. Esta, aplicando a multa, envia uma fatura com o consumo para Eurisvaldo, acrescentando, por óbvio, o valor da multa. Eurisvaldo, entendendo não dever todo o valor cobrado, promove em juízo a consignação em pagamento do valor que entende por devido, até mesmo para evitar a incidência de juros de mora e negativação do seu cpf nos órgãos de proteção ao crédito. Considerando que o consumo em aberto foi de 800 reais, na forma da lei, quanto você considera correto o valor a ser consignado por Eurisvaldo? Justifique.

02-Num contrato de promessa de compra e venda de um imóvel, o promitente-comprador entrega, a título de arras (sinal), o valor de R$ 10.000,00 (dez) mil reais. O contrato estabelece direito de arrependimento. Pergunta-se:

a)O promitente-comprador, caso queira desistir da compra, perde
o sinal dado?
b)Caso haja mais algum prejuízo para o promitente-comprador, tais como, perda de chance de adquirir outro bem, juros do dinheiro entregue, alugueis com outro imovel na espera da entrega do bem adquirido, etc., por desistência do promitente-vendedor, poderá pedir de volta o sinal dado e angariar alguma outra vantagem? Explique.

Assunto: de pagamento até arras

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Élvio, o idiota, vai à cartomante (conto)




Élvio visita uma cartomante. Esta,com seu portunhol esquisito e sua fala prá dentro (como quem divide a banda larga com outras entidades) depois de muitas generalidades, solta a pérola da noite:



-E esta semana, o senhor terrrá... (pausa - conexão lenta) muitas experrriências lucrrrrrativasssss.



Cioso de que estaria um pouco melhor de grana até a sexta ou sábado, e de que nada poderia lhe desfavorecer durante a semana, deixa a tenda da prestadora de serviços espirituais naquela segunda-feira nublada, bastante eufórico.



A semana foi inusitada e incomum para Élvio. Mas não do jeito que ele imaginava.



Na segunda-feira, foi assaltado no trânsito, enquanto aguardava num semáforo fechado.



Na terça, perdeu o celular, que escorregou do bolso e caiu sabe-se lá onde, sem que notasse.



Pequenos azares o seguiram, causando-lhe aborrecimentos, prejuízos, e uma lembrança contínua da cartomante de língua enrolada.



Élvio retorna à cartomante na semana seguinte. Indignado, pede o dinheiro de volta. Sua convicção de que tinha sido lesado era tanta que não se deu conta de que não tinha nem recibo para comprovar a transação.



- O senhorrrrr foi assaltado na segunda-feirrrra? Repete a pitonisa após a lamuriosa narrativa do consumidor indignado.



- Sim, e perdi o meu celular na terça, bati o carro na quarta, queimei o meu notebook na quinta e descobri que o vinho da sexta estava estragado.



- Ahhh, então o senhorrr teve experrriências lucrrrativas...



- A senhora está de gozação? Eu passo a semana numa maré de azar e a a senhora insiste em repetir essa previsão? Eu quero é meu dinheiro de volta...



- Olhe meu filho - desaparece o sotaque da senhora. Meu adevogado disse que eu não preciso devolver o dinheiro porque presto um serviço de meio e não de resultado...



Élvio, estudante de Direito, de repente cai na real. A quiromante é escolada, sacou da cartola um argumento prá lá de eficiente: suas previsões não precisariam se concretizar, pois apenas prestava serviço de prever o futuro, mesmo que ele não se concretizasse.



- E meu guia... (volta a trava a funcionar na língua)... manda lhe dizerrrrr que prejuizo pouco é lucrrrrrro. - Arremata a médium.



Parou, pensou um pouco, agradeceu a atenção da mulher e foi embora.



Élvio nunca mais vai a uma cartomante sem um contrato em mãos, com garantia de futuro realizado, ou o dinheiro de volta.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Élvio, o idiota, na aula de arte contemporânea (conto)



Élvio, coitado, tinha que cumprir alguns créditos eletivos na faculdade para se formar, e não sabia o que fazer. Então pegou o manual do aluno e escolheu a disciplina que achou mais fácil. “Arte contemporânea”.

- Deve ser barbada.

Imaginou que iria estudar a sintaxe dos ícones culturais e sua conexão com o pensamento e as tendências históricas, polític...opsss, desculpe, caro leitor, falha nossa. Trata-se de Évio, o idiota, não de algum membro da escola de belas-artes européia...

Ocorreu-lhe que iria ver uns garranchos sem sentido, vomitar a algumas respostas na prova, repetindo o blá-blá-blá que agradasse o professor, passar por média e nunca, mas nunca mais pensar no assunto.

Primeia aula. Évio senta-se ao lado de um rapaz de boné vermelho. Não está fazendo sol dentro da sala de aula, pensa Évio com seus botões, mas o pensamento logo se dissipa ao entrar o professor, todo pomposo no andar, barba longa como de um frade, envargando roupas descoladas da moda, a caricatura mesmo do artista contemporâneo.

Sintetizando o sorriso e o tom de voz antipáticos dos que claramente se acham superiores aos seus ouvintes, o missivista começa por expor algumas fotos de objetos e lugares, no afã de estimular a “releitura” dos alunos daquelas imagens. O exercício de estímulo ao lado direito do cérebro anima Élvio, que, no entanto, ainda tem muito dos seus sentidos embotados.

Nisto aparece na lousa a foto de uma pequena árvore, colocada na calçada de uma praça, com uma minúscula cerquinha, esta posta para protegê-la das intempéries e do movimento dos pedestres. A ainda incipiente planta estava visivelmente danificada e a cerquinha depredada.

O professor, dirigindo-se a Évio, pergunta-lhe:

- E você, meu rapaz, o que vê ali?

- Que as pessoas não respeitam a natureza, professor! - responde Évio, crente que estava abafando.

- Um símbolo da resistência do homem do campo contra a opressão do latifúndio e da monocultura que tanto nos oprime nos últimos quinhentos anos de Historia desse país, onde as cercas devem ser quebradas, as propriedades privadas devem ser divididas com os trabalhadores e o espaço privado deve se tornar público!

De pé, o rapaz de boné vermelho, que a esta altura evidentemente pertencia a algum movimento social de luta pela terra, discursava com a mão esquerda levantada para cima, palma aberta, numa cena prá lá de patética aos olhos de Élvio.

- Muito bem, meu rapaz! - Exclamou o professor com um brilho nos olhos - Vejo que você captou o sentido perfeito da imagem!

Évio não entendeu nada. Se sentia um idiota. Como ele não viu o óbvio? Nada de livre associação de idéias, tem que entrar no contexto! Cerca, árvore, reforma agrária, latifúndio. É batata! Nota dez garantida!!!

Pelo menos sentiu-se confortável pelo fato de ter sido ignorado em sua intervenção. Melhor que ser taxado de reacionário idiota logo na primeira aula!

Élvio saiu daquela aula cioso de que, para ser artista, ou pelo menos passar na matéria, teria que estudar arte a partir de algum manual marxista em quadrinhos.

Ah, sim. No final das contas Élvio tinha razão no que esperava da disciplina: viu uns garranchos sem sentido para ele, vomitou algumas palavras na prova repetindo o blá-blá-blá em sintonia com as idéias do professor, passou por média e nunca, mas nunca mais pensou no assunto.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Élvio, o idiota, procura uma namorada (conto)



Élvio, nosso já velho conhecido, decidiu que estava faltando algo em sua vida, uma companhia para compartilhar seus dias solitários, abrir seu coração e, quem sabe, dividir também as contas.

Então começou a sua jornada em busca de uma companheira. Conheceu Tícia, uma menina que devia ter parentesco com o Conde Drácula, porque além de branca como uma lesma, não era vista na rua antes das 22h. E sempre usando seu modelito preto gótico e algum conjunto exótico de penduricalhos metálicos espalhados por diversas partes do corpo. A moça não deu muita bola prá Elvio, que também não conseguiu, apesar do canal de comunicação aberto, acompanhar o pique notívago e o alto consumo etílico da dita cuja. Bem que tentou, mas acabou mesmo abraçado a uma privada imunda de algum boteco por aí por uma garota que nem aí pra ele...

Então voltou aos seus hábitos diurnos. Pensou, “não dá prá manter sol e lua juntos prá sempre”. Desistiu da vampirinha e conheceu  Mévia,uma engomadinha que era, pensou ele, o total oposto da primeira.

A engomadinha parecia o coelho da história de Alice, sempre apressada! “Nossa!!! É tarde! É Tarde! É muito tarde!” Uma ansiedade só. Prá tudo. Prá chegar, prá sair, pra cumprir horário (ah, porque tinha que ter horário prá tudo, já viu, né?), prá comer, prá dormir, prá namorar, prá ter ansiedade... A mulher era estressante!!! Elvio embarcou numa maré de emoções...não sabia se a sobredita queria vê-lo ou livrar-se dele para cumprir o próximo compromisso.

Élvio desanimou. A engomadinha namorava o trabalho. A gótica namorava o álcool e as noitadas. Conheceu garotas boa gente, mas que não estavam realmente querendo conhecer ou namorar alguém, mas namoravam suas ambições, seus vícios, suas paranóias, até mesmo seus auto-enganos e fobias.  Colecionou uma boa lista de experiencias, mas comecou a achar que algo estava errado com ele, e não com as mulheres ao seu redor.

Um belo dia Élvio encontrou a gótica e a engomadinha passeando, de braços dados pelo parque da cidade. A princípio não associou qualquer relação afetiva entre as duas ao fato de estarem juntas mas, após um e outro “selinho” do casal, Élvio não teve dúvidas que ainda não tinha achado o amor da sua vida...

02/05/2013